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Foto do escritorElite Institute

Estresse Pós-Traumático e o COVID-19

Neste tempo de quarentena e de isolamento social por conta do vírus - COVID-19, nossa saúde mental sofrerá as mesmas consequência daquelas pessoas que sofreram catástrofes, tal qual como terremotos, furacões e tempestades.


O estresse pós-traumático é um distúrbio de ansiedade caracterizado pela dificuldade em conseguir gerenciar seu emocional de forma equilibrada e saudável depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento assustador.


Prevenir é sempre melhor do que remediar. Quando coisas terríveis acontecem, muitas pessoas são permanentemente afetadas; em algumas, os efeitos são persistentes e graves. São situações debilitantes e de impotência, como por exemplo, o caso de isolamento social, que faz com que sua mente fique constantemente em estado de alerta.





Geralmente, eventos que podem provocar um Transtorno de Estresse Pós-Traumático ou TEPT são aqueles que invocam sentimentos de medo, pavor, impotência ou horror. É muito comum, com base em nossa experiência em consultório, que situações onde a pessoa não conseguia ou não podia reagir (impotência) terem, depois de um tempo, o diagnóstico de Transtorno de Estresse Pós-Traumático.



Situações vivenciadas no dia a dia e que podem ser diagnosticadas como TEPT são muito mais comuns do que você pensa. Esses eventos podem ser experienciamos de forma direta (p. ex., como uma lesão grave, assalto, abuso ou a ameaça de morte) ou de forma indireta (p. ex., testemunhar outros sendo seriamente feridos, mortos ou ameaçados de morte; ter conhecimento dos eventos que ocorreram a membros familiares ou amigos íntimos).


Brigas, isolamento social, agressão física/sexual e catástrofes naturais ou provocadas pelo homem são as causas comuns deste transtorno e a se mantem por toda a vida em aproximadamente 9% dos casos e com prevalência de 12 meses de cerca de 4%.



SINTOMAS


É comum, em situações de estresse recorrente, que ocorra um aumento na frequência de pensamentos indesejados. Os pensamentos acabam por disparar gatilhos de ansiedade e adrenalina, fazendo com que o evento (ou a imagem, a noticia, o som) fique sendo reproduzido mentalmente o tempo todo.


Quando ficamos ligados nas mídias de comunicação, procurando saber sempre mais e mais sobre o COVID-19, deixamos nosso sistema nervoso constantemente ativado, elevando os níveis de ansiedade, medo, pânico e estresse.



Nossa mente tem grande influência no nosso estado emocional. Com a pandemia e o aumento considerável de informações nas mídias sociais, inconscientemente, nossa amígdala central (órgão responsável pela ativação de alertas para o sistema nervoso) fica constantemente sendo ativada.



Primeiro, sua mente foca no problema, o tamanho do impacto emocional causado pelo problema é selecionado pela sua parte responsável pela sobrevivência - afinal, é um novo aprendizado e quanto maior o impacto emocional, maior o aprendizado - ativando sua amídala para registrar esse novo conhecimento. O problema é que o excesso de impacto emocional causará uma dificuldade da sua mente de selecionar o essencial para selecionar tudo, colapsando seu gerenciamento emocional.


Quando ficamos ligados o tempo todo nas mídias de comunicação, isso faz com que nossa imaginação se coloque como se estivéssemos vivenciando aquela situação e dentro do pior cenário, gerando mais ansiedade, mais ativação e mais medo.

Pessoas que sofrem com este transtorno se sentem emocionalmente atordoados e desinteressados em relação a atividades diárias. No mínimo ficamos muito cansados. Além da ansiedade que já é inerente ao transtorno, pessoas com o transtorno podem sentir culpa por causa de suas ações durante o evento ou porque sobreviveram, enquanto outros não.



COMO SE CUIDAR EM TEMPOS DE UM IMINENTE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO


Quando processamos informações além da nossa capacidade, sem respeitar momentos de descanso, sobrecarregamos o nosso sistema cognitivo. É importante ter consciência de que é humanamente impossível absorver toda a informação publicada diariamente. Por mais que seja interessante estarmos sempre bem informados, nosso raciocínio e memória são limitados e não suportam processar esses estímulos o tempo todo. Isso sem falar na nossa capacidade de concentração e gasto energético.


A verdade é que, se você quiser consumir conteúdo de forma eficaz, você precisará seguir algumas regras de gerenciamento emocional, como por exemplo, limitar o número de vezes que você buscará informações sobre a pandemia. Planeje quanto tempo você vai passar se informando e lembre-se que os momentos desconectados fazem parte de um cotidiano saudável.


Buscar uma atividade agradável ou verbalizar uma frustração ajudará você a reduzir o estresse. Sua saúde mental agradecerá.


Use e abuse de técnicas de relaxamento: respiração profunda, meditação, auto hipnose, ioga, exercícios aeróbicos e outras atividades mentais que reduzem os sintomas de estresse. Com o isolamento social e a quarentena muitos profissionais de renome estão usando as redes sociais para oferecer isso gratuitamente. Selecione alguns e aproveite. 


Caso seus sintomas estejam causando extremo desconforto, busque por ajuda profissional (psicoterapia). Psicólogos, Hipnoterapeutas e profissionais de terapia alternativa estão oferecendo a possibilidade de ajudar você de forma on-line. Diversos grupos estão sendo criados (facebook, telegram, WhatsApp) para ajudar você a passar por esta fase. Use sem moderação






 

Sobre a autora: Vanessa Borges é psicoterapeuta e sócia fundadora do Elite Institute. Acredita que a mente humana tem a capacidade de (re) aprender sentimentos e sensações de forma efetiva e imediata. Com esta visão, estudou e praticou com os melhores profissionais na área de desenvolvimento humano tendo em seu currículo referências Nacionais, como Rafael Baltresca, Alberto Dell'isola e Fernando Colella e Internacionais como Melissa Tiers, Michał Cieślakowski, Anthony e Freddy Jacquin e Stephen Paul Adler. Também possui certificação como Practitioner em Programação Neurolinguística, Leader Coach, Coaching da Mente, Barras de Access e Hipnose Clínica e Terapêutica.





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