Gatilhos mentais são as decisões que nossa mente toma “no piloto automático" com base em uma lembrança, uma sensação, um cheiro, um hábito, um pensamento, etc.
Durante toda nossa vida, inevitavelmente, vivenciamos experiências que ficam registrados na nossa mente e se tornam um gatilho - muitas vezes inconsciente - para lembrar você de ter algum comportamento, sentimento ou reação diante daquela vivência.
Gatilhos podem ser bons e ruins. A nossa reação emocional diante de um gatilho depende muito das experiências do passado. Muitas vezes, reagimos de uma forma intensa a determinadas situações quando temos consciência de que não deveríamos nos afetar tanto. Em outras sabemos exatamente como nos comportar e pensar.
Os gatilhos, geralmente, remetem à muitas situações que foram vivenciadas em nossa infância, mas também podem acontecer com qualquer outra fase da vida. Gatilhos bons são criados, em sua maioria, sobre todos àqueles momentos que você teve alegria, aconchego, pertencimento e amor. Por exemplo: café fresco de coador.
Quais sensações, percepções, pensamentos, comportamentos você tem quando pensa em café fresco de coador? São bons? Ruins? Indiferente? Pense em algum comportamento que você tem de forma recorrente. Perceba quais gatilhos essas situações trazem.
Café fresco de coador - daqueles de pano - relembra minha avó. Quem me conhece sabe que eu só funciono depois de uma café. Antes disso fico lenta, sinto como se ainda estivesse dormindo e o pensamentos ficam bem desalinhados (rs). E percebam que aqui não estou falando das propriedades químicas do café no cérebro, mas dos comportamentos e pensamentos que o café traz como gatilho. Funciona igualmente para determinada música, determinada roupa, determinado cheiro.
No entanto, existem, também os gatilhos ruins e alguns - diga-se de passagem - são bem fáceis de serem identificados de forma racional. Por exemplo: pegar fila, fazer supermercado e trânsito, costumam causar desconforto, mau humor e estresse.
Pode ser difícil identificar o que, exatamente, dispara algumas sensações e comportamentos como ansiedade, pânico, medo. Porém, ao criarmos o hábito de nos observar melhor - para dentro - esse processo para compreender e conhecer o caminho que ela faz pode ajudar a interromper a via de luta e fuga e reagir melhor sobre eles.
Mas por que todos nós temos gatilhos? De forma resumida, todas as nossas experiência causam uma memória de reação e comportamento. Quando adulto, tendemos a reproduzir esses comportamentos sempre que as experiências tragam àquela memória a tona - mesmo que você não se lembre.
Então, quais são os seus gatilhos? O que você faz para gerenciar os sentimentos dolorosos que existem dentro de você? Você enfrenta seus gatilhos ou foge?
Identificar aquilo que faz com que você tenha comportamentos, pensamentos e sensações desagradáveis é o primeiro passo para superar crises de ansiedade, pânico, insegurança, entre outros. Algum destes sentimentos aciona uma parte que você não gostaria de sentir ou um comportamento que você não gostaria de ter?
sentimento de culpa ou vergonha, em qualquer situação;
medo do julgamento ou crítica em qualquer situação;
sentimento de desaprovação, principalmente por pessoas que são referência de autoridade na vida (pais, amigos, chefes);
sentimento de falta de controle / descontrole, causando comportamentos agressivos ou descontrole emocional (choro);
sentimento de culpa, mesmo não tendo culpa de nada;
Existem muitos outros, mas talvez você se identifique com um ou mais de um. Depois de encontrar seus gatilhos, você pode considerar lembrar ou imaginar todas as situações que fizeram com que você se sentisse mal até chegar a encontrar a origem dos mesmos. Se você se identifica com qualquer um, pergunte-se a qual experiência esse gatilho se relaciona a partir de suas lembranças. Considere incluir, inclusive, as experiências da infância.
Talvez você consiga identificar facilmente quais são principalmente se estes sentimentos ou comportamentos acontecem com frequência. Talvez seja importante procurar um profissional de saúde mental para ajudá-lo neste autoconhecimento. Tire um tempo para olhar para dentro de você, se auto-observar. É o primeiro passo para interromper o caminho que a ansiedade faz para chegar em você.
Nesta busca, seja honesto com você mesmo. Por mais que pareça feio ou incongruente, perceba, sinta, faça anotações. Autoconhecimento é o primeiro passo para superar qualquer sentimento, comportamento e pensamento ruim na sua vida.
Nos próximos posts eu falarei mais sobre gatilhos mentais e sobre como não reagir à eles. Gostou do conteúdo? Compartilhe, comenta :)
Sobre a autora: Vanessa Borges é psicoterapeuta e sócia fundadora do Elite Institute. Acredita que a mente humana tem a capacidade de (re) aprender sentimentos e sensações de forma efetiva e imediata. Com esta visão, estudou e praticou com os melhores profissionais na área de desenvolvimento humano tendo em seu currículo referências Nacionais, como Rafael Baltresca, Alberto Dell'isola e Fernando Colella e Internacionais como Melissa Tiers, Michał Cieślakowski, Anthony e Freddy Jacquin e Stephen Paul Adler. Também possui certificação como Practitioner em Programação Neurolinguística, Leader Coach, Coaching da Mente, Barras de Access e Hipnose Clínica e Terapêutica.
"Quando errar não é uma opção, nao existe aprendizado, criatividade ou inovação"
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