Em estado de hipnose o cliente não vai dormir, não vai ficar inconsciente, não vai se esquecer do que aconteceu e não vai perder o controle. Pelo contrário, o cliente alcança um estado de consciência ainda mais ativo do que o normal. Diferentes áreas do sistema nervoso passam a trabalhar em um ritmo muito mais intenso, enquanto outras áreas relaxam profundamente e se tornam muito mais acessíveis do que o normal.

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Muitas pessoas que ainda não conhecem a hipnose esperam que, quando atingirem esse estado, vão ficar hiper concentradas, ou super focadas, ou que vão ter alucinações demasiadamente realísticas. É claro que, em alguns casos, isso pode até acabar acontecendo - mas isso não é mandatório para que o processo de terapia com regressão aconteça.

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As lembranças e memórias reprimidas das camadas subconsciente e inconsciente da mente se manifestam de formas simples e quotidianas através da nossa imaginação, é essa manifestação é mais do que o suficiente para que o tratamento com regressão ocorra com sucesso. Então, não se preocupe se você não tiver uma experiência imersa em alucinações visuais, pois nem sempre é por essa via que a nossa mente se manifesta.

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Embora algumas pessoas tenham uma experiência com esse nível de imersão logo na primeira vez, essa profundidade de transe hipnótico é alcançada com a prática e com a repetição, e embora seja impressionante para quem ainda não conhece, não é um fenômeno imprescindível para a terapia.

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A grande maioria das pessoas vai alcançar os resultados que busca simplesmente se permitindo imaginar intensamente enquanto a mente faz o trabalho dela e segue as instruções do terapeuta.

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Muitas pessoas também chegam pela primeira vez a uma sessão de hipnoterapia por regressão com a expectativa de que vão necessariamente encontrar lembranças que nem ao menos imaginavam, e descobrem que muitas vezes a causa de determinado problema está justamente naquela memória frequentemente presente e quase fotográfica, e acabam se sentindo frustradas por não ter descoberto nada realmente novo, surpreendente ou que não soubessem antes sobre si mesmas.

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A terapia com regressão não acessa necessariamente memórias esquecidas. Embora algumas vezes isso aconteça, a regressão também pode acessar memórias que estão presentes nos pensamentos durante a maior parte do tempo. Tudo depende de que episódios marcaram a causa de cada problema tratado.

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Por fim, também é muito comum que algumas pessoas venham com a expectativa de que as lembranças sejam intensamente visuais. Contudo, nosso sistema nervoso fragmenta cada memória em elementos com imagens, sensações, comportamentos, movimentos corporais, cheiros, sabores, sons, emoções, sentimentos e significados. E, cada vez que uma memória é lembrada pela nossa mente, é como se o nosso cérebro misturasse um pouco de cada um destes ingredientes para executar uma receita, e as vezes ele não tem todos os ingredientes disponíveis com a mesma facilidade. Por isso, é possível que em uma regressão o cliente tenha todas as sensações, as emoções, os pensamentos e até as vontades de mover músculos e articulações como se estivesse no episódio e, mesmo assim, não ter uma clareza visual. E existem técnicas incrivelmente efetivas de se trabalhar com esses estilhaços de memória sem precisar das referências visuais relacionadas a elas.

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​É importante que o cliente tenha clareza de que a terapia com regressão não é um passeio turístico pelas lembranças do passado, e nem um tipo de investigação forense em busca de acuidade fotográfica de momentos específicos já vividos. Ela é, isso sim, um processo terapêutico focado em aprendizados, criação de recursos e transformação interior, com ênfase emocional e psicológica, e não fatalista. O propósito da terapia com regressão é o de encontrar a maneira como a mente entendeu determinado episódio, e não o de estabelecer qualquer tipo de compromisso com a acuidade ou com a veracidade dos fatos encontrados na memória.