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O Que Fazer Quando o Processo de Hipnoterapia Falha

Atualizado: 16 de fev. de 2020

A Saga do Cliente de Hipnoterapia Deixado na Mão Pelo Terapeuta Amador


Em um mercado cada vez mais crescente e promissor é esperado que em algum momento os entusiastas amadores comecem a querer explorá-lo. E é nessa hora que o cliente da hipnoterapia passa a se tornar vulnerável a armadilhas bem complicadas.


O fato de não existir para a hipnoterapia um órgão regulador ou uma legislação específica que obrigue os profissionais a ter determinadas formações, certificações ou credenciais para exercer a ocupação de hipnoterapeuta abre um precedente para que o mercado seja invadido por pessoas que, embora quase sempre muito bem intencionadas, nem sempre são bem qualificadas para ajudar os clientes a solucionar seus problemas.




O resultado é frustrante e lamentável. Não é pequeno o número de pessoas que se submetem a sessões de hipnoterapia com terapeutas amadores e que acabam investindo seu dinheiro para sair no prejuízo, ora simplesmente porque não alcançam os resultados que estão buscando, ora porque o terapeuta acaba mexendo em feridas dolorosas do passado, resgatando estados de trauma que nem sempre estão preparados para conduzir você à construção de recursos para solucioná-los.


Para Gustavo Almeida, terapeuta fundador do Elite Institute, o problema encontra-se em uma característica do ser humano que se amplifica no momento em que a pessoa aprende os primeiros conceitos sobre hipnose: a soberba. "Há uma oferta muito grande de cursos rápidos de hipnose para fins de entretenimento e diversão", diz Gustavo, "e muitos destes recém-formados 'hipnotistas de rua' que começam na hipnose por mera brincadeira e diversão começam a acreditar que para resolver problemas emocionais basta colocar a pessoa em transe, dar sugestões de regressão e bombardear de frases positivas". Gustavo pondera, metaforicamente, que "quando o terapeuta aprende a utilizar um martelo, começa a acreditar que todos os problemas se tornaram pregos", referindo-se aos hipnoterapeutas que frequentam cursos rápidos com apenas uma ou duas abordagens.


"muitos recém-formados hipnotistas de rua, que começam na hipnose por mera brincadeira e diversão, começam a acreditar que para resolver problemas emocionais basta colocar a pessoa em transe, dar sugestões de regressão e bombardear de frases positivas"

Muitas vezes, realmente é possível solucionar dezenas de problemas simplesmente com sugestões hipnóticas positivas. É o que os hipnotistas de rua chamam de "presente hipnótico". Contudo, nem todos os problemas do mundo são fobias de barata ou medo de lagartixas, e muitas vezes, por mais simples que pareça determinado sintoma, existem eventos do passado e mecanismos sofisticados da mente subconsciente atuando para que aconteçam.


A hipnoterapeuta Vanessa Borges, sócia do Elite Institute especializada no tratamento de Ansiedade e Pânico, explica de forma lúdica alguns destes mecanismos: "Para a mente subconsciente, o problema ou sintoma sempre tem uma intenção positiva. Essa intenção pode variar de forma imprevisível em muitos casos, e muitas vezes está relacionada a instintos primitivos de sobrevivência e auto preservação. Quando o terapeuta neutraliza os sintomas - que quase sempre são respostas do subconsciente a estímulos interpretados como ameaças - a mente precisa criar outros mecanismos para lidar com aqueles instintos, de maneira que quase sempre os problemas acabam voltando com o tempo ou dando lugar a problemas muitas vezes piores".


"Para a mente subconsciente, o problema ou sintoma sempre tem uma intenção positiva"

Foi o que aconteceu com Vânia Rezende, que buscou um tratamento para compulsão alimentar em um hipnoterapeuta de baixo custo. "Eu queria diminuir a minha vontade por doces e massas, para conseguir permanecer firme em uma dieta", explica Vânia. "Só que o terapeuta instalou um tal 'balão gástrico hipnótico', o que começou a me causar bulimia, pois eu acabava de ingerir qualquer alimento e sentia uma vontade incontrolável de vomitar". Vânia conta ainda que, além de anemia e dos desconfortos gástricos, se percebeu fumando quase duas vezes mais do que estava habituada e tendo o sono completamente desregulado, com insônia à noite e excesso de sono durante o dia.


"O caso da Vânia", conta Gustavo Almeida, que atuou nas correções das falhas, "teve algumas particularidades que passaram batidas pelo terapeuta anterior. Havia traumas que estavam causando a compulsão, e que levavam o sistema nervoso dela a buscar recursos na comida".



Diariamente, terapeutas competentes de institutos sérios são procurados para corrigir erros de hipnoterapeutas amadores. E o cliente, que havia procurado economizar em busca do terapeuta mais barato, acaba pagando duas vezes pela solução do problema. É o famoso "barato que sai caro".


A parte prejudicada nessa relação acaba sempre sendo o consumidor, que nem sempre dispõe de informações suficientes para decidir pelo melhor tratamento. Muitas vezes, a decisão é baseada apenas no preço, escolhendo pelo terapeuta mais barato. Outras vezes, a pessoa escolhe o terapeuta baseando-se em credenciais e certificações que quase sempre não dizem nada e mais parecem sopas de letrinhas. Selos de "terapeuta certificado", parede decorada com dezenas de diplomas diferentes da mesma instituição e do mesmo curso rápido, nome listado em diretórios tendenciosos, site com fotos quase sempre baixadas da internet, com vídeos quase sempre vinculados de outros terapeutas no youtube e diversos elementos de uma falsa percepção de competência para construção de autoridade.


"Eu queria diminuir minha compulsão alimentar [...] só que o terapeuta me instalou um tal 'balão gástrico hipnótico', o que me começou a causar bulimia"

No outro extremo, existem os terapeutas que "dão carteirada" de psicólogos, com bacharelado, registro no CRP da região e um discurso moralista "anti-coaching", que desonestamente esconde a informação de que a hipnose clínica não é uma disciplina da grade curricular dos cursos de graduação e que, apesar das portarias do órgão de classe regulamentando a prática, são tão inexperientes na hipnoterapia quanto os colegas dos cursos rápidos.


Escolher um hipnoterapeuta é uma jornada ingrata sem as informações corretas. A pessoa que procura a hipnoterapia, quase sempre, está à mercê de um processo de tentativa e erro.


Investir em um tratamento de hipnoterapia com um terapeuta com competência para clinicar nessa abordagem requer alguns cuidados que podem prevenir não apenas a frustração e o prejuízo, mas também muito desconforto emocional.


Primeiro, verifique há quanto tempo o profissional atua clinicando, e quantos clientes e horas de consultório o profissional acumula. Os profissionais do Elite Institute acumulam, pelo menos, 5 anos de atuação, com mais de 900 clientes atendidos e com pelo menos 4 mil horas de consultório cada um (estes são os critério básicos para fazer parte da equipe).


Em seguida, verifique se o profissional atua com uma única abordagem ou especialidade, ou se atua de forma multidisciplinar. As abordagens mais comuns atualmente são a hipnose clássica, a hipnose eriksoniana, a hipnoterapia integrativa, a hipnoterapia recursiva, a hipnose condicionativa, a hipnoterapia regressiva, as metodologias e protocolos proprietários, tais como OMNI, Método Dave Elman, Protocolo Simpson, Método Elite, dentre muitos outros. A equipe do Elite Institute é certificada em mais de 23 especialidades diferentes, incluindo todas estas.


Cheque também se o profissional domina abordagens comuns das psicoterapias convencionais e da psicologia, tais como psicanálise, terapia cognitivo-comportamental, gestalt terapia, behaviorismo, logoterapia, psicologia humanista, psicologia transpessoal, entre outras. Os profissionais do Elite Institute, para fazer parte da equipe, precisam necessariamente dominar ao menos duas dessas abordagens.


Finalmente, verifique as garantias que o terapeuta oferece com relação à suas expectativas de resultados. Não há nada mais frustrante do que descobrir, ao final de um processo terapêutico com hipnose, que você investiu um valor elevado apenas para pagar pelas horas trabalhadas do terapeuta sem que você tenha chegado nem mesmo perto de melhorar. E, nesse ponto, o Elite Institute é o único instituto do Brasil no qual o cliente experiencia o processo de tratamento e experimenta as possibilidades de resultados ainda na sessão de avaliação, antes de investir dinheiro no tratamento. E, quando não está satisfeito ou suas expectativas não são atendidas, não apenas preserva o investimento com o valor do tratamento como também tem o valor da sessão de avaliação 100% ressarcido, contratualmente, sem burocracia. O cliente investe em resultados, e não em tentativa e erro.


Verifique se o profissional atua de forma multidisciplinar, com hipnose clássica, eriksoniana, integrativa, recursiva, condicionativa, regressão [...] e se domina abordagens convencionais, tais como psicanálise, terapia cognitivo-comportamental, gestalt terapia, behaviorismo, etc

Para concluir, desconfie de valores demasiadamente destoantes do mercado. Via de regra, quando você encontra valores entre R$ 120,00 e R$ 250,00, trata-se de psicoterapia convencional disfarçada de hipnoterapia, sem que você entre realmente em estado de hipnose, e o trabalho tende a demorar meses, quiçá anos para atingir resultados.


Quando você encontra valores entre R$ 300,00 e R$ 650,00, quase sempre são hipnotistas que praticam a hipnose de rua, a hipnose de palco ou a hipnose de entretenimento, e estão utilizando "scripts" de protocolos terapêuticos quase sempre baixados da internet para atuar com a grande maioria dos problemas de forma genérica, como se todos os seres humanos fossem iguais.


Quando você encontra valores entre R$ 700,00 e R$ 1.200,00, você está quase sempre diante de um hipnoterapeuta recém-formado em um destes institutos de cursos rápidos que certifica os profissionais com sopas de letrinhas, e que quase sempre irão utilizar protocolos baseados em regressão de memórias ou regressão de idade. Torça para não encontrar nenhum trauma doloroso nessas regressões.





Quando você encontra valores variando entre R$ 1.500,00 e R$ 2.500,00, você possivelmente encontrou um hipnoterapeuta multidisciplinar com alguma experiência na bagagem.


Quando você encontra valores entre os R$ 3.000,00 e os R$ 5.000,00, você está diante de alternativas premium, quase sempre baseadas em abordagens muito sofisticadas e com atenção dedicada do terapeuta exclusivamente ao seu caso, pelo tempo que for contratado.


E, por fim, quando você encontra terapeutas cobrando valores acima dos R$ 5.000,00, você pode estar diante de alguma celebridade do youtube (ou de alguma pretensa celebridade), que cobra o preço não necessariamente por sua competência (embora alguns até sejam bastante competentes), mas pela demanda reprimida do número de pessoas que os procuram (lei da oferta e da procura).


Estes são os preços e valores típicos das sessões de hipnoterapia nos estados de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e nas principais capitais do Brasil. Pouca variação acontece de fato para outros estados ou para cidades do interior quando os critérios do cliente são a qualidade, a eficiência dos resultados e a competência do profissional.


Desconfie de valores demasiadamente destoantes do praticado pelo mercado. Você está quase sempre diante de um hipnoterapeuta recém-formado em um destes institutos de cursos rápidos que certifica os profissionais com sopas de letrinhas.

A pergunta final, que esse artigo tem o intuito de responder, é o que fazer quando você já caiu na armadilha de contratar um processo terapêutico com hipnose clínica com um hipnoterapeuta amador que não resolveu o seu problema (ou que contribuiu para que o problema se agravasse mais ainda).


A resposta óbvia e imediata seria procurar um profissional realmente habilitado e competente para solucionar o problema - o que, consequentemente, incide em gastar duas vezes.


Outra alternativa seria procurar atendimento pró bono em institutos que os oferecem. Geralmente, a fila de espera pode demorar meses, pois estas vagas acabam sendo utilizadas em casos muito específicos (como tratamentos nos cursos de formação de terapeutas, como produção de conteúdos em vídeo, como demonstrações em programas de televisão, entre outros), que nem sempre ocorrem com tanta frequência.


Finalmente, a saída que mais se aproxima do ideal, é buscar um diálogo conciliatório extra judicial com o terapeuta que fez o atendimento e, no caso de litígio, buscar assistência dos órgãos de proteção ao consumidor.


Se você foi prejudicado por um atendimento de um hipnoterapeuta amador, procure um profissional realmente habilitado para corrigir o problema e procure seus direitos através de diálogo conciliatorio extrajudicial ou órgãos de proteção ao consumidor.




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